terça-feira, 9 de março de 2010

Aécio Neves Investe em Sabará

Transcrição da entrevista do governador Aécio Neves na inauguração do bloco cirúrgico do Hospital Cristiano Machado em Sabará


Sobre a obra.

Essa é uma obra de extraordinária importância, uma obra buscada pela população, pelas lideranças políticas, pelo setor médico de Sabará, há praticamente uma década. Conseguimos, portanto, dotar a cidade com uma estrutura que vai possibilitar a realização de algo em torno de 200 cirurgias por mês, um trabalho que continuará tendo o apoio do Governo do Estado. Quero destacar aqui a parceria importantíssima do deputado Wander Borges, do prefeito Wiliam, do professor Alcino, como um dos grandes inspiradores desse projeto, e é mais um compromisso que nós estamos cumprindo, mais um dos compromissos assumidos com a população de Sabará, que estão sendo cumpridos. Nós temos feito investimentos na saúde com uma lógica de buscar otimizar os recursos estruturais já existentes, como era o caso desse aqui, dotando de equipamentos, modernizando a sua estrutura física, aumentando o número de servidores, inclusive do próprio corpo médico, e aí uma parceria com a Prefeitura de Sabará será extremamente importante nessa direção, é um passo a mais na melhoria da qualidade do atendimento médico e da gestão da saúde pública do Estado de Minas Gerais.

Enquanto o senhor esteve fora, pesquisas foram divulgadas, o senhor já deve ter conhecimento delas. E já há uma pressão para que o José Serra se posicione. Queria que o senhor fizesse uma avaliação do quadro.

Vejo isso tudo com muita serenidade. É natural que algumas ansiedades venham à tona nesse momento, quando se divulga aqui uma pesquisa, acolá uma outra avaliação. O PT e os partidos aliados estão fazendo o que devem fazer, construindo a sua candidatura. Nós teremos que fazer a nossa, mas ao nosso lado. Não é a lógica estabelecida pelo governo é que deve ditar a nossa lógica. Tenho muita confiança na capacidade das oposições de enfrentar essas eleições de forma unida, estarei aqui à disposição da candidatura do meu partido, não me aflige nesse instante a exposição maior desse ou daquele candidato, porque a campanha efetivamente, aquela que vai levar os eleitores a uma decisão, começa com a propaganda eleitoral. É ali que nós vamos ter o embate das ideias, a disputa entre os candidatos.

Tentaremos levar a essa eleição o debate sobre quem tem as melhores condições de continuar os avanços que foram conquistados até aqui. E vejo que é algo que deve ser visto por nós como algo muito positivo.

Li com atenção o discurso da ministra Dilma, e fico muito feliz ao ver que ela assume o compromisso de manter a condução macroeconômica do país, com metas de inflação, com juros flutuantes, com superávit primário, construídas e concebidas no governo do PSDB. Então há esse avanço na concepção do PT, nós devemos saudá-lo como algo benéfico à democracia, como algo positivo para o país. Portanto, será no momento da disputa eleitoral, do confronto entre as ideias e entre as personalidades, que o eleitor irá construir a sua decisão. Há uma avaliação positiva do governo do presidente Lula, esse é um fato, mas que na minha avaliação não quer dizer que isso significa que a candidata do presidente Lula ou do PT terá a mesma performance.

Nós temos é que cuidar do nosso lado. Construir as nossas alianças e apresentar ao país um modelo novo de gestão pública, mais eficiente, mais moderno, mais sincronizado com os interesses da população. Vamos ter calma, construir a nossa estratégia, e vamos disputar uma eleição que não vai ser simples para ninguém, mas com grandes chances de vitória.

E a candidatura do Ciro Gomes, na avaliação do senhor, favorece o Serra ou favorece a Dilma? Tem essas duas análises.

Olha, eu não sou estudioso em pesquisas e nem cientista político para antecipar essa análise. O que acho é que o ministro Ciro Gomes tem todas as condições de candidato e ser presidente da República. Tenho por ele enorme respeito pessoal. Caberá a ele, caberá ao seu partido, tomar essa decisão no momento certo. Mas além desse respeito pessoal que tenho por ele, tenho o compromisso com o meu partido e espero que o PSDB e os seus aliados possam, os que conduzem essa candidatura, que a direção do partido e do governador de São Paulo, possam estabelecer a melhor estratégia, e eu serei o aliado de primeiríssima hora, ajudando Minas Gerais e onde acharem que a minha ajuda possa ser útil.

O senhor vai se encontrar com o governador Serra?

Cheguei hoje cedo de viagem, como vocês sabem, estou à disposição do governador Serra. Não marcamos ainda, e não pretendemos fazer de mais uma conversa nossa, um grande acontecimento, um grande fato político. Tenho conversado com o governador Serra, conversamos sempre e vamos continuar conversando. E no momento certo o governador vai se manifestar. Cabe a ele, agora, encontrar o caminho e o momento adequado para essa manifestação. Continuo tendo grande confiança nas suas possibilidades eleitorais.

Sobre as pesquisas eleitorais, governador, o Anastasia continua subindo, mas pouco, nas pesquisas, e a oposição já critica, parece que o foco vai ser a política social do seu governo.

Se eu pudesse escolher um campo para o debate, eu escolho o social. Que venham para esse debate, que venham conhecer, até porque há um desconhecimento grande por parte da oposição em Minas Gerais ao que aconteceu nesse governo; que venham conhecer os indicadores sociais, os indicadores na área de segurança pública, de infraestrutura. Nós estamos absolutamente abertos para o debate.

Temos um candidato extraordinário, na minha avaliação pessoal, não apenas política, aquele que melhores condições, melhor capacidade tem hoje para dar continuidade aos avanços do nosso governo, e vamos trabalhar. No limite da lei, discutindo, apresentando propostas à população de Minas Gerais, dando continuidade àquilo que está acontecendo aqui hoje, acho que seria para Minas uma perda muito grande, muito mais do que para o PSDB ou para o Aécio pessoalmente, se o nosso projeto de gestão, se a nossa ação de governo tivesse descontinuidade em Minas Gerais.

Nenhum estado apresentou indicadores tão sólidos do ponto de vista econômico, do ponto de vista social quanto Minas Gerais. E é preciso que isso tenha continuidade. E é dessa forma que nós vamos nos apresentar à população de Minas Gerais. E os números de hoje, para o nível ainda de grande desconhecimento que existe da população de Minas em relação ao vice-governador Antonio Anastasia, são, eu diria, não bons, são extraordinários. Nós não imaginávamos chegar nesses indicadores, temos pesquisas internas que nos estimulam mais ainda, antes do final do mês de março, nós estamos com pelo menos um mês de antecedência, na nossa estratégia, nas nossas expectativas. Tenho grande confiança de que Minas Gerais terá um extraordinário pelos próximos quatro anos, conduzido pelo professor Antonio Anastasia.

O senhor acha que a superexposição da ministra, principalmente a partir do congresso do PT, pode prejudicar a candidatura tucana?

Acho que são momentos. Terá o momento da exposição do nosso candidato. As eleições não ocorrerão amanhã. Existirão outros programas eleitorais, inclusive do PT, com a ainda exposição maior da candidata, existirão os programas do PSDB, com a exposição do nosso candidato. Acho que a partir do momento das convenções, finalizada essa etapa do primeiro semestre, dos programas eleitorais, do lançamento de candidaturas, da formalização das coligações, aí nós teremos o início efetivo das eleições.

Acho que para falar em eleição pra valer, nós temos que esperar inclusive acabar Copa do Mundo, a partir da metade do mês de julho, e especialmente a partir do início da propaganda eleitoral. É aí que o eleitor caminhará para tomar uma decisão. Porque como eu disse a vocês, não há hoje uma diferença muito profunda, entre sobretudo do ponto de vista econômico, o que propõe o governo do PT e o que propõe o governo do PSDB. Até porque não houve ruptura na construção macroeconômica quando o presidente Lula assumiu. Ele não rompeu com aquilo que vinha sendo conduzido pelo governo do presidente Fernando Henrique. Ao contrário, ele rompeu com muitas das ideias que o PT defendia anteriormente para aderir às novas e boas ideias do PSDB. Do ponto de vista da responsabilidade fiscal, projeto de lei contra o qual o PT lutou arduamente, passou a ter uma gestão do ponto de vista de política monetária extremamente responsável, até mesmo excessivamente conservadora, então não houve nenhuma ruptura de lá para cá.

O que resta saber agora e acho que o que o eleitor vai querer dizer nas urnas, é quem é que tem melhores condições de avançar naquilo que foi feito até aqui. Sem desconstruir as boas construções, os avanços importantes. E acho que nesse momento o PSDB terá todas as condições de se mostrar, de se manifestar, e haverá uma isonomia maior de tempo e disposição, quando começa a campanha eleitoral, porque a candidata terá que ter limites, como terá que ter o nosso candidato. Estou absolutamente sereno, é hora de avançar na construção dos nossos palanques regionais, nos prepararmos para dizer ao Brasil porque que vale a pena votar no PSDB e não na continuidade do atual governo.

Um comentário:

  1. A elegância, muitas vezes tão distante da política, venceu a arrogância de parte da oposição, que insiste em apresentar cartas marcadas, quando o cenário político pede sabedoria, em lugar da imposição. Na solenidade de inauguração da Cidade Administrativa, os gritos da plateia de “Aécio presidente” não foram capazes de tirar do governador a velha tradição conciliadora de Minas. Ao contrário, Aécio deu exemplo e fez questão de afagar seu “amigo”, entre aspas porque foi palavra sua no discurso, governador de São Paulo, José Serra (PSDB). É mais um sinal que explica o temor do Palácio do Planalto de enfrentá-lo nas urnas. Com Aécio, fica muito mais difícil fazer a comparação tão desejada pelo presidente Lula com a gestão de Fernando Henrique Cardoso. Em seu discurso, o governador de Minas fez um passeio pelo passado honrado e pela rica história de Minas, da defesa da democracia com Tancredo Neves ao desenvolvimento de Juscelino Kubitschek, entre tantos outros presidentes. Era um olhar para o passado de gente que enxerga o futuro.

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